Monday, November 26, 2007

Eric-Emmanuel Schmitt

- Odette Toulemonde. Lições de Felicidade, Âmbar, 2007
- Óscar e a Senhora cor de Rosa, Âmbar, 2004
- O Senhor Ibrahim e as Flores do Corão, Âmbar, 2003

Ainda não tinha escrito sobre nenhum dos livros de Eric-Emmanuel Schmitt (E-ES), o que é uma injustiça. De tanto os recomendar, de tanto falar nos livros, a opinião escrita parece tornar-se desnecessária, sendo sucessivamente adiada. Agora, com a publicação de Odette Toulemonde, já não há desculpa que valha.
Apesar de, em Portugal, estraem publicados outros tantos títulos, só li os atrás referidos, logo, só acerca desses poderia emitir opinião, considerando, no entanto, que não é difícil adivinhar que gostaria de ler os restantes.
Ao pegar, ávido, em Odette Toulemonde, não reparei de imediato que não estava em presença de um romance mas de um livro de contos – oito contos, oito mulheres, oito histórias de amor. Ou de felicidade, cada qual à sua maneira. O subtítulo “Lições de Felicidade” é, pois, justificado.
E é uma felicidade poder ler E-ES. O autor, a partir das histórias que conta, da forma como caracteriza os personagens, transmite-nos todo um tipo de sentimentos e disposição que, simultaneamente, nos incomoda e acomoda com a vida, levando-nos a ser positivos, mesmo na adversidade.
Acabamos de ler “Óscar e a Senhora Cor de Rosa” e não podemos deixar de ficar incomodados perante a força de um moribundo, ainda que criança, fazendo-nos envergonhar das trivialidades com que ocupamos o dia-a-dia.
Saltei de um livro para outro. Tendo lido dois deles há já algum tempo, não é fácil, acabado o terceiro, falar sobre cada um separadamente dados os traços comuns, ainda por cima sendo este último de contos. Portanto, demasiadas histórias juntas para falar. Fiquemos, então, pela opinião geral.
“O Senhor Ibrahim e as Flores do Corão” é uma jóia de tolerância, amizade, solidariedade. Sem aprofundar o tema religioso, o autor coloca-nos perante o “confronto” entre Judeus e Muçilmanos através de uma criança e de um velho, cada qual vivendo a sua solidão, que acabam por se encontrar, através dos sentimentos, algo que os une. Uma lição de vida, uma “cartilha” que é pena não ser seguida por políticos e religiosos profissionais.
“O Senhor Ibrahim…”, bem como “Óscar…”, que escreve todos os dias uma carta a Deus colocando-lhe os seus problemas e dúvidas de doente terminal, não são livros religiosos nem sobre religião. Esta aparece-nos como que sendo um personagem invisível, embora presente.
O facto de Óscar estar a morrer não impede que as suas cartas sejam repletas de ternura e esperança, embaladas pela inocência. Uma lição de vida!
Voltando a “Odette Toulemonde”, o autor não nos defrauda, embora confesse que tenha as minhas preferências por um ou outro dos contos. O que dá o nome ao livro e, por exemplo, “A Princesa de Pé Descalço” que, bem adaptado, resultaria num excelente conto infantil… daqueles para todas as idades.
“O Senhor Ibrahim e as Flores do Corão” está adaptado para cinema, embora sem distribuição em Portugal.
“Odette Toulemonde. Lições de Felicidade” é o resultado de um filme que passou no Ciclo de Cinema Francês. Pode, no fim deste post, ver o trailler e uma das cenas musicais do filme.
Apesar da “salsada” deste texto, penso que dá para perceber que lerei tudo o que me aparecer de Eric-Emmanuel Schmitt.

TRAILLER DE "ODETTE TOULRMONDE":


UMA DAS CENAS MUSICAIS DO FILME:

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