A noite não é eterna
Ana Cristina Silva
Oficina do Livro, Fevereiro
de 2016, 198 páginas
Nada o será? A noite, o dia, a vida… E a morte, será eterna?
Nada será eterno, pois, se até a morte o não é ao cair no esquecimento. Mas
isto será uma questão filosófica que não quero, aqui, pautar.
A noite não é eterna cabe naquele grupo de livros
que se me pega. Vá para onde for, mesmo sabendo que não terei oportunidade de
ler, acompanha-me.
Depois da excelente surpresa de João Pinto Coelho, com o seu
Perguntem a Sarah Gross, é um privilégio da Língua o aparecimento de outra
narrativa de qualidade passada na História, a universal, que tem implicações no
rumo da Humanidade.
Se Pinto Coelho nos picou a memória do Holocausto, Ana
Cristina leva-nos ao tenebroso período de Ceausescu na Roménia. Curiosamente, em
qualquer dos livros há uma criança que nos
aperta o coração. Uma criança que são milhares.
Com grande à-vontade, a psicóloga da Educação que já tem dez
romances publicados, movimenta-se em trama e períodos históricos
diversificados, na geografia e na época.
A noite não é eterna não é mais um romance. Para além do
interesse que, desde as primeiras páginas, despertará em cada leitor é, também,
uma obra que merece a atenção de responsáveis nas áreas da educação e ensino
para aconselhamento de leitura a jovens frequentadores do ensino secundário.
Sines, 15 de Maio de 2016
Joaquim Gonçalves
Do editor:
“A
Roménia, sob o jugo do ditador Nicolae Ceausescu, atravessa um dos piores
períodos da sua história, com a população a enfrentar a fome e dominada pelo
terror. Seguindo as orientações do Presidente para a criação de um exército do
povo no qual os soldados seriam treinados desde crianças, Paul, um ambicioso
funcionário do partido, decide levar de casa o filho de três anos e entregá-lo
aos cuidados do Estado. Quando a mãe se apercebe do desaparecimento do pequeno
Drago, o desespero já não a abandonará, bem como o firme desejo de acabar com a
vida do marido.
Correndo riscos tremendos, Nadia não desistirá, porém, de procurar o menino, ainda que para isso tenha de forjar uma nova identidade, de fazer falsas denúncias, de correr os orfanatos cujas imagens terríveis chocaram o mundo e até de integrar uma rede que transporta clandestinamente crianças romenas seropositivas para o Ocidente. Mas será que o seu sofrimento pode ser apaziguado enquanto Paul for vivo? Enquanto o ditador for vivo?”
Correndo riscos tremendos, Nadia não desistirá, porém, de procurar o menino, ainda que para isso tenha de forjar uma nova identidade, de fazer falsas denúncias, de correr os orfanatos cujas imagens terríveis chocaram o mundo e até de integrar uma rede que transporta clandestinamente crianças romenas seropositivas para o Ocidente. Mas será que o seu sofrimento pode ser apaziguado enquanto Paul for vivo? Enquanto o ditador for vivo?”
No comments:
Post a Comment