Dama de Espadas ****
Mário Zambujal, Clube do Autor, Outubro 2010
“As paixões arrebatadas são como os vinhos das melhores castas:
primeiro alegram, depois embriagam , um dia azedam.” (p. 7)
Larguei tudo para ler tudo, ou quase tudo, novo. O autor não o é. Mário Zambujal já deu provas da sua idoneidade como escritor. E é de escritores que falamos. Melhor – autores. A chancela é nova – Clube do Autor. O título de Zambujal também é novo – Dama de Espadas.
A curiosidade falou mais alto do que o livro que tinha entre mãos e de que até estou a gostar.
Ontem à noite abri o livro acabadinho de chegar à livraria e iniciei a leitura. Pelo princípio, como sempre. Note-se que o princípio, para mim, não é o início da prosa. O princípio é apreciar a capa, apalpar o papel, ler as badanas, folhear as páginas iniciais uma a uma sem ir para a próxima sem que tenha lido tudo, inclusive a ficha técnica. Ademais esta é uma nova editora com promessas de qualidade e crescimento, o que me merece atenção crítica redobrada.
Sem entrar em pormenores que cabe aos leitores, também, avaliarem por si próprios e conforme os seus gostos pessoais, posso dizer que, conhecendo o trabalho anterior dos responsáveis pela nova casa, não fiquei surpreendido. Fiquei descansado. Acredito que a qualidade vai continuar.
Agora, a história que Mário Zambujal nos trás.
Ao fim de poucas páginas fiquei surpreendido pela positiva. Depois de alguns livros com algo de previsível no enredo, este Dama de Espadas mantém-nos agarrados até ao fim. E o fim foi hoje de manhã. Acordei cedo e peguei logo na página onde o cansaço da noite me obrigou a fechar o volume.
Sem grande pretensiosismo de erudição mas numa escrita correcta e escorreita, viajamos de Portugal ao Brasil através de um romance que nos faz regressar à Pátria sem o cansaço das viagens no banco do meio de um avião apinhado.
Como perfeito gentleman, Mário Zambujal utiliza condimentos sedutores, como algum erotismo e volúpia, sem que isso vulgarize a história. Pelo contrário.
“Nada mais tenho para me ocupar, a cama está um desafio com lençóis de cetim cheirando a alfazema, arde e fumega um pauzinho de incenso provocando maliciosa mistura de odores, há bombons na mesa de cabeceira do lado dela” (P. 165).
A leitura, numa noite, de “Dama de Espadas” alegrou-me, depois embriagou-me. Como os vinhos, felizmente há livros das melhores castas que fogem aos cânones habituais. Não me azedou.
Sines, 8 de Outubro de 2010
Joaquim Gonçalves
Texto da badana:
“Com o seu admirável ritmo narrativo e clareza de escrita salpicada de humor, Mário Zambujal apresenta-nos Eva Teresa, garota de onze anos, e Filipe, rapaz de dezoito, que namora com a irmã, Rosália. Há uma grande empatia entre a pequena e o futuro cunhado, mas a vida afasta-os com a viagem da família para o Brasil. Eva torna-se mulher e Filipe acaba por se apaixonar por ela, levando-o a viajar ao seu encontro. Entre episódios imprevisíveis que enlaçam mistério e comicidade, ambos só se reencontram em Sintra onde iniciam um romance atribulado.
No seu estilo inconfundível, Mário Zambujal traz-nos uma obra em que se aliam a vontade de saborear cada passo da trama e o prazer da leitura.”
Mário Zambujal, Clube do Autor, Outubro 2010
“As paixões arrebatadas são como os vinhos das melhores castas:
primeiro alegram, depois embriagam , um dia azedam.” (p. 7)
Larguei tudo para ler tudo, ou quase tudo, novo. O autor não o é. Mário Zambujal já deu provas da sua idoneidade como escritor. E é de escritores que falamos. Melhor – autores. A chancela é nova – Clube do Autor. O título de Zambujal também é novo – Dama de Espadas.
A curiosidade falou mais alto do que o livro que tinha entre mãos e de que até estou a gostar.
Ontem à noite abri o livro acabadinho de chegar à livraria e iniciei a leitura. Pelo princípio, como sempre. Note-se que o princípio, para mim, não é o início da prosa. O princípio é apreciar a capa, apalpar o papel, ler as badanas, folhear as páginas iniciais uma a uma sem ir para a próxima sem que tenha lido tudo, inclusive a ficha técnica. Ademais esta é uma nova editora com promessas de qualidade e crescimento, o que me merece atenção crítica redobrada.
Sem entrar em pormenores que cabe aos leitores, também, avaliarem por si próprios e conforme os seus gostos pessoais, posso dizer que, conhecendo o trabalho anterior dos responsáveis pela nova casa, não fiquei surpreendido. Fiquei descansado. Acredito que a qualidade vai continuar.
Agora, a história que Mário Zambujal nos trás.
Ao fim de poucas páginas fiquei surpreendido pela positiva. Depois de alguns livros com algo de previsível no enredo, este Dama de Espadas mantém-nos agarrados até ao fim. E o fim foi hoje de manhã. Acordei cedo e peguei logo na página onde o cansaço da noite me obrigou a fechar o volume.
Sem grande pretensiosismo de erudição mas numa escrita correcta e escorreita, viajamos de Portugal ao Brasil através de um romance que nos faz regressar à Pátria sem o cansaço das viagens no banco do meio de um avião apinhado.
Como perfeito gentleman, Mário Zambujal utiliza condimentos sedutores, como algum erotismo e volúpia, sem que isso vulgarize a história. Pelo contrário.
“Nada mais tenho para me ocupar, a cama está um desafio com lençóis de cetim cheirando a alfazema, arde e fumega um pauzinho de incenso provocando maliciosa mistura de odores, há bombons na mesa de cabeceira do lado dela” (P. 165).
A leitura, numa noite, de “Dama de Espadas” alegrou-me, depois embriagou-me. Como os vinhos, felizmente há livros das melhores castas que fogem aos cânones habituais. Não me azedou.
Sines, 8 de Outubro de 2010
Joaquim Gonçalves
Texto da badana:
“Com o seu admirável ritmo narrativo e clareza de escrita salpicada de humor, Mário Zambujal apresenta-nos Eva Teresa, garota de onze anos, e Filipe, rapaz de dezoito, que namora com a irmã, Rosália. Há uma grande empatia entre a pequena e o futuro cunhado, mas a vida afasta-os com a viagem da família para o Brasil. Eva torna-se mulher e Filipe acaba por se apaixonar por ela, levando-o a viajar ao seu encontro. Entre episódios imprevisíveis que enlaçam mistério e comicidade, ambos só se reencontram em Sintra onde iniciam um romance atribulado.
No seu estilo inconfundível, Mário Zambujal traz-nos uma obra em que se aliam a vontade de saborear cada passo da trama e o prazer da leitura.”
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