Tuesday, March 24, 2009

O Sétimo Véu

O Sétimo Véu, Juan Manuel de Prada, D. Quixote, Março 2009

Interrompi outra leitura para me dedicar a este livro.
Como em qualquer obra bem mastigada e depurada, o início de O Sétimo Véu não deixa antever todo o mundo que se lhe segue.

E assim se inicia a leitura, apesar de atenta, com alguma ligeireza. Mas apenas até que os socos nos comecem a atingir a boca do estômago.

Poderia até considerar que este livro contém dois romances. Sem desvendar desfechos ou frustrar expectativas do leitor ou a isso candidato, atrevo-me a dizer até que, se o livro fosse dividido em dois, seriam duas obras bem diferentes, ambas muito boas. Uma delas, o romance lúdico, imaginativo, algo surpreendente; a outra, um romance histórico de gerações ainda vivas, que tende a não deixar esquecer o sofrimento de quem preparou o “sétimo céu” em que, apesar de tudo, vivemos, sem que as gerações mais novas disso se apercebam.

Sobre a história ou as histórias do livro aconselho que leiam a sinopse. Nestas linhas, como é meu hábito, apenas pretendo discorrer sobre as impressões que a leitura me suscitou. A minha opinião pessoal, como tal, subjectiva.

Joaquim Gonçalves
Sines, Março 2009


SINOPSE:

Depois da morte da mãe, é revelado a Julio um segredo familiar oculto durante meio século. Obcecado por esta descoberta, inicia uma pesquisa que o obrigará a tirar o pó a episódios obscuros da Segunda Guerra Mundial, num itinerário pela França ocupada, pela Espanha convalescente da Guerra Civil e pela Argentina que serviu de refúgio a conhecidos nazis, seguindo os passos de Jules Tillon, um homem misterioso que, como Julio, teve de mergulhar no seu passado para poder continuar a viver. Jules Tillon é um membro da Resistência Francesa conhecido como Houdini devido à sua habilidade para evitar perigos; é um herói. Mas, ao terminar a ocupação de Paris, Jules sofre um ataque de amnésia, e a sua incapacidade para recordar o heroísmo que lhe é atribuído tortura-o e impede-o de construir um futuro ao lado da mulher que ama. Só descobrindo quem é na realidade poderá enfrentar os seus fantasmas. No entanto, quando se investigam os enigmas do passado corre-se o risco de se descobrir mais do que aquilo que se queria averiguar.

1 comment:

Alexandra said...

Aconselha, portanto,a sua leitura?