Friday, January 5, 2007

Budapeste

Budapeste, Chico Buarque, D. Quixote, 2003


Alguma coisa tinha de ser. Por vezes, há livros que jogam connosco ao gato e ao rato. Budapeste, para mim, foi um deles. Editado no ano em que nasceu A das Artes, só agora fui ter com ele, já numa 8ª edição, o que vale o que vale. Tal como a minha opinião.
Já agora, a coincidência. Ou não. Sei lá! É que, depois de ler o excelente A Sombra do Vento parece que sou atraído, sem saber antecipadamente o conteúdo, por livros em que livros (ou escritores) são protagonistas. Foi A Noite do Oráculo, a História do Amor, ainda entre-mãos e, agora, este fabuloso Budapeste.
O que, no início, parece ser uma história de amor, misturada com viagem a uma terra desconhecida, depressa se transforma num aparentemente simples deambular psicológico pela área da vontade que o córtex embrulha.
O perto e o longe a talharem a forma de viver a vida e o amor. Amor próximo, amor longínquo, qual vale mais e quando? Há medidas para isso?
Depois, há o acto criativo. Quem faz o quê? Quem escreve o quê, de quem e para quem? A história parece ser apenas uma desculpa para se falar da vida.
Afinal, uma viagem à mente humana, com as suas fortunas e desgraças. Mas uma belíssima viagem. Desde a partida, não se consegue parar. No fim, não apetece sair.

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