Tuesday, October 16, 2007

Niassa

Niassa, Francisco Camacho, Babilónia, 2007

Em África, qual o valor da vida? Esta a pergunta que, sem complexos, poderá ser feita após a leitura de Niassa. Claro que a mesma questão pode ser colocada para qualquer parte do mundo, em qualquer altura. Mas o que Francisco Camacho nos mostra é, afinal um álbum de memórias que nos leva a interrogar sobre a autenticidade ou romance da acção.
Qual o valor da vida, aqui e agora, quando se tem um volante na mão e muito álcool no sangue? É aqui que começa a estória. Depois, a busca. A busca de um irmão que mal se conhece, num continente de que apenas se tem uma vaga ideia. Sucessivamente surgem-nos os pesonagens da África actual de que ouvimos falar – os “cromos” e os seus expedientes.
Qual o valor da vida em África? E o valor da amizade? Niassa confronta-nos com as culturas –as tradicionais e as fabricadas pelas circunstâncias.
Depois de ultrapassada uma fase inicial de ambientação, descritiva, em que o discurso parece não levar a lugar nenhum, agarramos a “viagem” até ao final.

Sinopse do livro

Farto da vida que leva em Lisboa, um homem de trinta anos resolve partir para o Niassa, a região de Moçambique onde existe um dos maiores e mais enigmáticos lagos africanos, à procura do irmão que desapareceu em circunstâncias misteriosas e que ele mal conhece. A investigação do paradeiro de Rafa leva-o a peregrinar pelos sonhos de grandeza dos tempos coloniais, pela brutalidade da guerra civil moçambicana e pela história trágica da sua família, numa viagem ao imprevisto decorrida entre paisagens deslumbrantes. Niassa é uma história crua de amor e traição, amizade e sobrevivência, que evoca o passado português em África pelo olhar descomplexado das novas gerações.

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