Saturday, May 23, 2009

A Passageira

A Passageira
Andrea Blanqué
Quetzal
2009

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Solidão. Solidão. Solidão.
Uma mulher que corre mundo de mochila às costas, vive só com os dois filhos menores.
Professora de Geografia, mesmo na sala de professores, rodeada de colegas barulhentos, é uma mulher solitária que vai escrevendo num bloco com dois anjos na capa dura.
O que escreve, aquilo que lemos, só pode traduzir-se por uma palavra: solidão.

"O meu caderno de capas duras, afinal, não é um diário. Não existe nele nenhuma marca temporal. Não me interessa cronometrar nada, dividir em pedacinhos de tempo o que sucedeu [...].
Segui, sim, a mania de numerar cada fragmento. Fi-lo a posteriori, quando já tinha escrito muito. No dia em que os numerei pela primeira vez descobri que ultrapassavam uma centena. Mais cem impulsos a sentar-me a escrever o que o meu peito inspira" (pág. 133).
Gostei muito.

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