Monday, May 16, 2016

A noite não é eterna



A noite não é eterna
Ana Cristina Silva
Oficina do Livro, Fevereiro de 2016, 198 páginas

Nada o será? A noite, o dia, a vida… E a morte, será eterna? Nada será eterno, pois, se até a morte o não é ao cair no esquecimento. Mas isto será uma questão filosófica que não quero, aqui, pautar.

A noite não é eterna cabe naquele grupo de livros que se me pega. Vá para onde for, mesmo sabendo que não terei oportunidade de ler, acompanha-me.

Depois da excelente surpresa de João Pinto Coelho, com o seu Perguntem a Sarah Gross, é um privilégio da Língua o aparecimento de outra narrativa de qualidade passada na História, a universal, que tem implicações no rumo da Humanidade.

Se Pinto Coelho nos picou a memória do Holocausto, Ana Cristina leva-nos ao tenebroso período de Ceausescu na Roménia. Curiosamente, em qualquer dos livros há uma criança que nos aperta o coração. Uma criança que são milhares.

Com grande à-vontade, a psicóloga da Educação que já tem dez romances publicados, movimenta-se em trama e períodos históricos diversificados, na geografia e na época.

A noite não é eterna não é mais um romance. Para além do interesse que, desde as primeiras páginas, despertará em cada leitor é, também, uma obra que merece a atenção de responsáveis nas áreas da educação e ensino para aconselhamento de leitura a jovens frequentadores do ensino secundário.

Sines, 15 de Maio de 2016
Joaquim Gonçalves

Do editor:


“A Roménia, sob o jugo do ditador Nicolae Ceausescu, atravessa um dos piores períodos da sua história, com a população a enfrentar a fome e dominada pelo terror. Seguindo as orientações do Presidente para a criação de um exército do povo no qual os soldados seriam treinados desde crianças, Paul, um ambicioso funcionário do partido, decide levar de casa o filho de três anos e entregá-lo aos cuidados do Estado. Quando a mãe se apercebe do desaparecimento do pequeno Drago, o desespero já não a abandonará, bem como o firme desejo de acabar com a vida do marido.
Correndo riscos tremendos, Nadia não desistirá, porém, de procurar o menino, ainda que para isso tenha de forjar uma nova identidade, de fazer falsas denúncias, de correr os orfanatos cujas imagens terríveis chocaram o mundo e até de integrar uma rede que transporta clandestinamente crianças romenas seropositivas para o Ocidente. Mas será que o seu sofrimento pode ser apaziguado enquanto Paul for vivo? Enquanto o ditador for vivo?”

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